Nessa pandemia e isolamento, você produtor pode estar olhando mais atento para seu gado e notar algo estranho. Ele pode aparentar estar chorando, mas não é de emoção pela sua aproximação, não é tristeza pela tragédia que vivemos e nem baixou a mãe Diná e ficou sabendo do seu futuro ou do que o povo fala de seu chifre.
O que pode estar acontecendo é a ceratoconjuntivite infecciosa bovina, causada pela bactéria Maroxella bovi. Quem deu esse nome escutou alguma criança respondendo que uma Marcela mora na casa, achou bonito e batizou a bactéria. Só pode. Vôti!
Bem, como diz a música de Chitãozinho e Xororó, ‘não negue as aparências e nem disfarce as evidências’. Olho lacrimejando muito, fotofobia ou pálpebras com movimentos involuntários (descobri que se chama blefaroespasmo) não é medo de fotógrafo e sim ficar muito incomodado com a luz do sol ou ambientes claros, seguido de olho opaco no centro após 1 ou 2 dias com esses sintomas. Fique atento, pois pode evoluir para cegueira temporária ou definitiva e até ruptura da córnea. É sério, o olho parece que explodiu.
A vida não acaba aí, mas o animal se torna especial e seu rendimento diminui drasticamente, como perda de peso, diminuição na produção de leite e dificuldade de manejo.
Então, preste muita atenção aos animais com sintomas similares à conjuntivite e "chorando" muito. Moscas, comuns nos estábulos, e a poeira são fatores importantes de predisposição a ser contaminado.
Consulte um veterinário e permita a seu animal enxergar e chorar normalmente, até de emoção!
*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.
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