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Foto do escritorPaulo Roberto de Albuquerque Melo Segundo

Discriminação Pascal

Páscoa chegando e com ela a briga por preços sobre cascas ocas ao leite, brancos, meio amargas, recheadas de muito vento ou brinquedos chochos que não justificam o eletrocardiograma a ser pago ao dilatar a pupila e ressecar os olhos com os vários números antes da vírgula dos centavos.


Aí que vem a lógica da caixa de bombons, várias unidades a um preço justo e que faz o mesmo efeito, porém sem o apelo infantil. Quem sabe não surja um gênio e lance uma caixa “kinder box” e termine por fazer pular o eletro, levando direto a UTI com parada cardíaca e uma solicitação de transplante de córneas.


Mas todo esse pensamento me despertou para falar de ovo mesmo. Aquele que sai da cloaca das penosas.

Quem aqui não tem uma crença entre o ovo mais escuro e o mais alvo, estilo branca de neve?


Gera até um contra censo já enraizado (e errado, preconceituoso), já que se imagina que os “de cor” são mais saudáveis e irá ajudar seu filho a crescer, enquanto o branco pode ser mais pobre mais pobre e contribuir para um infarto por conta colesterol ou até de hormônios.


Bem, verdades não devem ser secretas (como a novela) e doem mais que o preço do ovo de páscoa no bolso, mas são libertadoras como presentear com caixa de bombons sem culpa.


Assim como o coelhinho da discordia pascal, essa discriminação colorida entre os ovos é mito e já se sabe que a cor está ligada diretamente não a concentração de chocolate, mas a raça da galinha.


Assim como os ovais de celebração tem validade e, se tiver brinquedo, selo do Inmetro, seu amigo do café da manhã e receitas também tem, já notou? E selo de inspeção sanitária?!


Siiiiiimmmm, ele tem para garantir que não transmita doenças como a salmonela e, nesse caso, quem é responsável a dar esse selo é o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) através do SIF (Selo de Inspeção Federal), o Estado através de sua agência de defesa agropecuária, que no Piauí é a Adapi (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí) pelo SIE (Selo de Inspeção Estadual) ou o município onde esteja instalada a granja, através de sua vigilância sanitária municipal, pelo SIM (Selo de Inspeção Municipal) - essa é outra conversa pra outro texto, aguardem como final de novela.


Em Pernambuco, o ovo é mais “decorado”, além da etiqueta vir com lote, validade e selo de inspeção, a Adagro (Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco) exige que o numero do SIE e o Lote seja “tatuado” na casca, medida controlada através do Decreto nº 48081 de 11/10/20219, sendo pioneira nisso.


Exija sempre do estabelecimento que vende o produto da penosa a etiqueta na embalagem com a data de validade e o selo de inspeção, garantindo sua saúde e de sua família, inclusive a financeira, pois os relatos de quem tem problema com salmonela nem se comparam aos de quem come chocolate demais. Fica a dica!


* Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.

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