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Foto do escritorPaulo Roberto de Albuquerque Melo Segundo

PSA no agronegócio (o produtor talvez não escape da dedada)



Se você tem menos de 40 anos, como eu, poderá não saber o que é PSA. Muitos, porém, já estão se preocupando em realizar esse exame. Afinal, com saúde não se brinca.


No linguajar médico, tão complicado de entender quanto as receitas escritas por eles (quase psicografias “a la Chico Xavier”), PSA é a abreviação para Prostate-Specific Antigens em “ingrês”, ou simplesmente, Antígeno Prostático Específico.


Trata-se de um exame de sangue laboratorial capaz de medir a concentração de uma enzima produzida pelas células da próstata, cujo aumento pode indicar alterações na próstata, como prostatite, hipertrofia benigna da próstata ou câncer de próstata, por exemplo.


Outro exame, mais tardio, é o do toque retal, que dentre outras funções, vem a complementar o aparecimento dos sinais de câncer de próstata, junto com o PSA.


Estamos vivendo um grande problema no mundo, com suínos, que têm essa mesma sigla, a Peste Suína Africana. Muito similar a PSC (não é o Partido Social Cristão) – Peste Suína Clássica (conheça mais clicando aqui), porém mais agressiva, pois ataca todas as idades dos suínos.


O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) vem desenvolvendo um grande trabalho na prevenção da entrada dessa doença no Brasil. O perigo está mais iminente que briga entre torcidas organizadas após um clássico. Recentemente, o MAPA proibiu a entrada de qualquer produto de origem suína aqui, devido aos focos na República Dominicana e Haiti, países bem próximos daqui. Pense num trabalho que dá esse controle feito nos aeroportos. É muita gente desinformada e que desrespeita a fiscalização com todo tipo de desculpas, mesmo ficando a par da lei. Conheça um pouco dessa rotina nos instagrans do Vigiagro @vigiagrogru e @vigiagro.dsrj.


E o porquê disso?


A PSA, diferente do câncer, é causada por um vírus DNA, família Asfarviridae, gênero Asfivirus, tem sua origem na África e já existiu no Brasil entre as décadas de 1970 e 1980, sendo declarada erradicada em 1984.


Atualmente, a doença é considerada exótica no país e para se manter assim o MAPA tem um Programa Nacional de Sanidade Suídea, com todos os procedimentos relacionados na Instrução normativa nº 47, de 18 de junho de 2004.


Essas ações são executadas em conjunto com os órgãos (não musicais e nem vitais) estaduais de defesa agropecuária.


Os principais sinais de que seus animais estão contaminados com PSA são:

· Febre (40 a 42°C)

· Vermelhidão e hemorragias na pele - pontas das orelhas, cauda, extremidades e abdômen

· Falta de apetite, tristeza, andar de bêbado dentro de 24-48 horas antes da morte

· Perda de peso

· Aumento da frequência respiratória

· Podem ocorrer vômitos, diarreia (às vezes com sangue) e secreções oculares (tipo remela)

· Abortos

· Em suínos domésticos, a taxa de mortalidade geralmente se aproxima de 100%


Somos o 4º maior produtor de carne suína do mundo e com a crise da doença na China, nossa demanda aumentou muito. Não queremos ter o mesmo fim do país asiático, que praticamente acabou com seus suínos para conter essa praga.


  • Peste Suína Africana: como estar um passo à frente Vìdeo produzido pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA)

As ações de hoje são como um exame de PSA, visando a prevenção e a identificação o mais rápido do problema, para tratá-lo e curá-lo. Com isso, evitamos a danada da “dedada”, que podemos comparar com uma ação drástica de proibição do comércio interno e externo, com tratamento longo, custoso e de grande efeito colateral (como quase todo tratamento de câncer), chegando ao abate sanitário de todos os “gaguinhos” (quem tem a idade pra fazer exame vai lembrar do amigo do Pernalonga) das criações com casos positivos.


Assim como a PSC, a PSA não é zoonose, ou seja, não traz problemas à saúde humana, como um câncer, mas provoca a mesma dor da morte de um ente querido. Em termos de economia, quem trabalha com suínos e tem seus animais contaminados, se preocupa com a introdução dessa doença, que pode causar uma perda de 5,5 bilhões de dólares apenas no seu primeiro ano.


Então, vamos nos precaver para evitar a levitação do dedo do meio contra nossos negócios e economia, com todo o respeito!



  • Brasil livre de PSA Vídeo produzido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)


Fontes:

www.drauziovarella.uol.com.br

https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/psa/faq#:~:text=Quais%20as%20diferen%C3%A7as%20entre%20Peste,g%C3%AAnero%20Pestivirus%2C%20de%20genoma%20RNA.

@vigiagrogru e @vigiagro.dsrj

@regrasdoagro, o melhor instagram sobre regras do agro na parte animal


* Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.

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